Visitamos um museu?

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Os museus não são aborrecidos. Muito menos, cansativos. Muito menos, apenas, para pessoas “intelectuais”. Os museus são para todos!

Infelizmente, os portugueses são dos europeus que menos frequentam museus. É, deveras, uma realidade triste e perturbadora. Os portugueses não têm vontade ou curiosidade de aprender, ou conhecer sobre determinado assunto? Os portugueses são, também, os que poucos conhecimentos têm relativamente à grande maioria dos monumentos e património do país. Portanto, a cultura e o conhecimento são uma seca, e daí os resultados de um bonito país.

Os museus não são locais que apenas conservam e exibem objetos. Eles são mais do que isso. Os museus são um meio de proteção do património material e imaterial e da diversidade cultural e natural.

Eles são fundamentais na promoção da economia local e regional e abrem as suas portas para nos ensinar, incentivando-nos a ser mais ativos, culturalmente, na sociedade. A cultura é aquilo que fazemos! E se não valorizarmos e conhecermos aquilo que fazemos, quem o vai fazer?

Ao que parece, o Museu do Chavão, aberto há 22 anos, esteve 3 meses sem receber nenhum visitante. Assiste-se aqui a dois problemas: O desconhecimento das pessoas e a falta de aposta e investimento por parte do museu. O Museu do Chavão abriga, no seu interior, peças de cariz agrícola, essencialmente, alfaias agrícolas, peças decorativas e de uso doméstico, brinquedos e trajes da freguesia, e também de outras freguesias.

É o resultado da recolha e preservação de peças etnográficas que se encontravam abandonados e com um destino já ditado nas eiras ou até sótãos. O Museu do Chavão reflete no seu espólio a memória coletiva da ruralidade da freguesia, convidando-nos a envolvermo-nos e a sensibilizarmo-nos para com o património etnográfico.

Estamos perante a riqueza etnográfica da região, onde o espaço preserva a identidade local. O património etnográfico integra a cultura de um determinado local, e a cultura enriquece as nossas vidas.
No entanto, à falta de visitantes é importante ter em consideração que o museu precisa de oferecer qualidade a quem o visita sendo, por isso, necessário a requalificação e valorização por parte das entidades responsáveis. As estratégias de comunicação, numa era digital são cruciais para colocar o museu no mapa.

A nossa História é aquilo que somos. O passado deixa-nos a sua herança cultural, e cabe-nos, no presente, receber a herança de braços abertos. Os museus não são secantes, nem chatos. São espaços que contam histórias e relembram memórias, e este em especial, relembra as raízes, cultura e identidade de um povo, da freguesia de Chavão, do concelho de Barcelos. Já dizia Edmund Burke “Um povo que não conhece a sua história está condenado a
repeti-la”.

Créditos: Vanessa Miranda

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