Onde tudo começou

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Perto da aldeia onde vivi vinte e dois anos da minha vida, há um local cheio de história
e importância patrimonial.

Na densa vegetação, as pedras contam a história…. Estou a falar do Monte da
Franqueira. E dentro deste grande monte, há um sítio que me é especial… o Castro e
Castelo de Faria. Desde pequena que me lembro de lá ir, e desde pequena que este sítio
arqueológico me encanta…

Escondido na vegetação, as pedras do que foi uma grande civilização e castelo da Idade
Média, fazem-se notar. Foi tempo em que a última pessoa deixou o Castro e Castelo de
Faria, e foi tempo em que foi esquecido. Hoje, é apenas uma memória daquilo que foi.
Eu era uma criança e já sabia que ali havia alguma coisa importante, algo me puxava
para o misticismo do Castro e Castelo e mal sabia eu, o que iria descobrir… Foi então
que comecei a ler sobre a sua história e aproximei-me ainda mais dele.

Um dia, junto das suas ruínas, segredei-lhe que iria falar dele a toda a gente. Segredei-
lhe que iria estudar e adquirir conhecimentos para o poder ajudar. Que levaria alguém
tão fascinado como eu, para o conhecer.

Já levei… e levarei sempre.

Hoje, a minha tese de mestrado, debruça-se sobre a importância patrimonial do Monte
da Franqueira.

Contudo, caros leitores, vocês leram o título e perguntam-se: “que relação tem uma
coisa com a outra?” Pergunta legítima e passo a explicar…

O que realmente quero dizer é que foi nas ruínas do Castro e Castelo de Faria, que tudo
começou… foi ali, que começou toda a procura pelo “o que queres ser quando fores
grande”. Foram várias a idas lá e todas as vezes, tinha cada vez mais a certeza do que
queria. Além da escrita, claro, foi ali que percebi que estaria de alguma forma ligada ao
património cultural, à história…. Poderia ser da minha cidade, ou não…

Ser guia turística esteve algures sempre presente em mim. Na verdade, é a minha alma,
não me imagino a fazer outra coisa. Partilhar histórias, partilhar importâncias, dar a
conhecer os locais às pessoas, dar a conhecer o património, fascinar as pessoas…

Alertá-los para a importância do património na nossa vida, na nossa história. É a minha
missão. E foi lá, sentada nas pedras do Castro e Castelo de Faria que descobri, e foi isso
que me levou a seguir o rumo que tracei.

Deixei a minha cidade de coração, a cidade onde nasci e vim para a capital. Estou a
começar o meu sonho, estou a criar o meu sonho e missão e espero por vocês cá.
Em Lisboa, recordo Barcelos quando passo na loja do figurado e admiro as peças dos
artesãos barcelenses.

Em Lisboa, recordo Barcelos quando vejo pessoas felizes a comprar chaveiros do galo.

E mal sabem eles, a origem do galo…

E ficam encantados quando a conto.

Em Lisboa, falo de Barcelos. Da minha cidade.

Artigo: Vanessa Miranda

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