O Dinheiro é do Estado?
“Cada euro em investimentos sem retorno, em despesas sem controlo, em projetos sem avaliação ou em favores sem vergonha é um euro que é retirado às pessoas que trabalharam para o ganhar.”
Começo este artigo de opinião com uma frase proferida por João Cotrim de Figueiredo no seu discurso de despedida da Assembleia da República, para falar sobre o dito dinheiro público. Sabemos que nos últimos anos, os órgãos governamentais portugueses não se têm pautado pelo rigor nos gastos. Desde os casos de corrupção, obras superfaturadas, ajustes diretos sem explicação, trapalhadas na gestão de empresas públicas/municipais, etc…
Infelizmente, noto também um baixar de ombros por parte dos portugueses e encaram como se fosse normal. Provavelmente, o termo “Dinheiro público” faz com que não olhem para ele como se fosse seu. Por vezes, parece-me que algumas pessoas pensam que o dinheiro do Estado nasce no Palácio de São Bento.
Se a classe política usasse o termo “Dinheiro dos contribuintes”, penso que o caso já mudaria de figura. É aqui que as mentalidades têm de mudar. As pessoas têm de perceber uma coisa: não existe dinheiro público. Existe dinheiro dos pagadores de impostos. O Estado apenas gere dinheiro proveniente dos bolsos dos portugueses. Portanto, os portugueses podem e devem exigir rigor, transparência e melhor gestão por parte dos órgãos públicos. O dinheiro é NOSSO!
Vou fazer um paralelismo com outra área. Quando pagamos quotas ou bilhetes aos clubes de futebol, exigimos que os jogadores joguem, haja contratações, títulos, etc… Então, por que com o Estado é diferente? Por que é que somos o 4º país da UE com a maior carga fiscal, temos os serviços públicos no estado lastimável que estão mas vê-se resignação e o pensamento “São todos iguais/ Nada muda/ Se fosse outro era pior/ Não vale a pena”?
Espero que sirva de reflexão para quem está a ler e, a partir de agora, comece a exigir melhor gestão governamental, desde a Junta da Freguesia até ao Presidente da República, e sejamos sempre exigentes com quem nos governa, independentemente de estar lá o nosso partido ou o adversário. Estão lá para gerir o dinheiro dos contribuintes, não para se gerirem. Não tenhamos medo de os chatear, foram para lá porque quiseram e houve quem confiasse neles. Pensem nisto…
Marco Rodrigues
Iniciativa Liberal de Barcelos
Os artigos de opinião são da responsabilidade dos seus autores.
Average Rating