Fingir orgasmo? Pra quê? Pra quem?

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Fingir orgasmo? Pra quê? Pra quem?

Quem me conhece sabe que falo e escrevo abertamente sobre temas que não deveriam ser tabus, pelo menos para mim não são. Escrevo o que me vai na alma, sem preconceitos nem medos. Falo abertamente sobre quase tudo. Aliás, como mãe e pai, sendo responsáveis pela educação dos nossos filhos, sempre mantivemos a ideia de que deveríamos normalizar temas tabus, para que eles crescessem com a ideia de que cada um vive a sua vida da forma que bem lhe entender, sem olhar à cor da pele, personalidades, características físicas e psicológicas, à orientação sexual e às escolhas pessoais e profissionais.

Como tal, eu e o meu marido sempre falamos de sexo com os filhos de uma forma muito descontraída e com muita naturalidade (sem exageros nem linguagem muito obscena). Quando chegaram à adolescência, ambos estavam muito à vontade connosco para falarem sobre assuntos que lhes suscitavam dúvidas. E nós tentávamos sempre esclarecer essas mesmas dúvidas.

Como mulher defendo que devemos conhecer bem o nosso corpo e saber o que nos faz feliz. A masturbação feminina ainda é um tabu, que está enraizado numa mentalidade antiga em que é considerado pecado as mulheres sentirem prazer ou até vergonhoso. A sério?

Uma das frases ditas por mulheres que me deixa tremendamente irritada e incrédula é:

– “Já fingi orgasmos”.

Porquê? Pra quem? Que necessidade há em fingir algo que nos deveria dar prazer. Cabe-nos a nós mulheres expressar quando algo está errado ou quando não gostamos disto ou daquilo. É fácil. Nada melhor do que uma boa conversa para pôr os pontos nos is. Se é necessário fingir é porque é contra a vontade ou para agradar algum ego, tanto do homem como da mulher. O nosso ego não precisa de ser alimentado com mentiras nem com frases clichés para demonstrar que estamos a adorar algo que na verdade estamos a detestar. Tão simples quanto isso.

Eu aprendi cedo a conhecer o meu corpo. Aprendi cedo a respeitar-me. Aprendi cedo a ser autêntica na minha forma de viver. Valorizo o que me faz feliz, mas também me expresso quando algo não está bem.

Assim é mais fácil. Por isso, não vejo necessidade de fingir nada. E penso que cada vez mais, as mulheres deveriam aceitar apenas o quê e quem as faz feliz.

E já que estamos a falar de algo tão importante como a nossa intimidade, é importante destacar o amor de uma forma global, não importa se é vivido homem com homem, mulher com homem ou mulher com mulher. Não importa a tua orientação sexual. O que importa é que te sintas amado, admirado e realizado.

Não importa com quem te deitas, o que importa é que acordes com um brilho nos olhos que demonstra que estás realmente feliz.

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