AMANHÃ VOU MORRER… (mas não me apetecia nada)
Já pensaste na tua própria morte? (Não estou a falar da morte de alguém muito querido, pois esse é um assunto demasiado doloroso para abordar numa crónica). Estou a referir-me à minha e à tua própria morte. Um dia vai acontecer…
Vá lá… sem dramas, com algum sentido de humor e sem muito alarido. Não que tenha vontade de morrer (felizmente não tenho), mas confesso que tenho plena consciência que hoje pode ser, literalmente, o meu último dia de vida. Por isso é que vivo a vida tão intensamente. Não sou muito saudosista do passado (vou visitá-lo quando preciso de forças para avançar), mas também não planeio muito o futuro longínquo. Vou vivendo…
Quando acordo, penso:
– Que bom, tenho mais um dia para disfrutar.
No final do dia, os momentos mais felizes superam aqueles momentos de constrangimentos, discussões, raiva, amargura e dúvidas.
Os saldos têm sido muito positivos. Não sou a supermulher, não tenho poderes extraordinários, nem uma varinha mágica que me liberta de todo o mal. Muito pelo contrário, aprendi a libertar-me de tudo o que me faz mal e cuido muito bem de mim, tanto físico como emocionalmente.
Vivo muito o presente.
O segredo?
Foi uma vez (parece uma história infantil, mas não é), na minha adolescência, que me deparei com a morte. Quase que me apanhou, mas tive sorte. Não foi dessa, mas durante muito tempo fiquei a pensar nesse episódio tão trágico, que podia ser muito pior.
– Quase morri, meu Deus!
A minha própria morte passou a ser um tema que brinco com alguma facilidade. Por isso, aproveito cada dia como se fosse o último (um dia vai ser mesmo) e deixei de ter medo. Só me restava VIVER com muita alegria e resiliência, e não apenas sobreviver.
Até à data realizei todos os sonhos que um dia idealizei e que me faria muito feliz (lembrei-me agora que adorava fazer uma tatuagem). Nunca desisti deles. Lutei bastante. Por isso, se morrer hoje, morrerei muito tranquila, em paz e com sentido de amizade e amor muito apurado. Gostaria de ser recordada como uma mulher simples, mas com uma energia muito positiva e contagiante.
“Tiengo ganas de vivir” é o meu lema de vida.
Resolvi abordar este tema porque penso que é importante que tu reflitas sobre o legado que queres deixar aos teus mais queridos e a forma como queres ser recordado. Que vivas com garra tendo consciência que hoje pode ser, literalmente, o teu último dia de vida.
Oxalá eu continue durante muito anos a pensar com satisfação:
– Bora lá, viver mais um dia.
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