A minha arma de guerra é… o meu filho!
Ninguém diz isso conscientemente, mas é essa atitude que predomina quando alguns pais se separam e os filhos se veem envolvidos numa “guerra conjugal”. Infelizmente, o divórcio é o encerrar de um ciclo doloroso que deixa sempre marcas negativa, principalmente naqueles que mais sofrem: os filhos.
Esta crónica é apenas a minha opinião. Eu também sou filha de pais separados. Não querendo levar a crónica para o lado pessoal, apenas o faço por duas razões: -Só eu sei o que sofri; – Eles nunca me fizeram sentir que eu era uma “arma de guerra” para se atacarem mutuamente. Como mãe, estou sempre muito atenta aos relatos que vou ouvindo nas redes sociais, na televisão ou pessoalmente de situações difíceis que envolvem pais separados e os filhos.
Muitos desses relatos mostram como o cônjuge mais ” ressentido” se vinga do outro cônjuge de uma forma muito cruel e às vezes desumana em diversas formas: criticar em frente aos filhos, limitar o acesso ao pai ou à mãe, ameaçar os filhos, privá-los quando estes mostram que se sentem felizes ao lado da sua “nova” família ou até envenenando-os sobre a nova madrasta ou padrasto.
Os filhos, principalmente se forem crianças, são umas verdadeiras “esponjas” que absorvem tudo. É claro que se estiverem com medo ou se sentirem pressionados vão ceder à “chantagem emocional”, de maneira a evitarem represálias da mãe ou do pai que ficaram com a sua guarda. Já é difícil para os filhos perceberem que os pais não se suportam ou estão separados, mas é ainda mais traumático quando se veem “obrigados” a gostarem do “melhor” e desprezarem o “pior” como se a separação dos adultos fosse uma “guerra” declarada.
A meu ver, os filhos merecem ser amados pelos pais, fazendo-os sentir que ambos lutam pela sua felicidade independentemente das suas guerrilhas adultas. As crianças merecem um bom ambiente para que cresçam emocionalmente e psicologicamente bem. Filhos bem-amados na infância serão pais que saberão amar no futuro. Acabar com a violência emocional dos filhos é sinal de uma grande maturidade dos pais. Ironicamente, os tribunais estão cheios destes exemplos de guerras caseiras.
Lembrem-se que as crianças são “esponjas” que se hoje ameaçares ou proibires o bom relacionamento com o pai /mãe, amanhã vais pagar essa mesma fatura. Os filhos merecem o melhor de nós.
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